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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

...E A HISTÓRIA SE REPETE...


NO INÍCIO DO ANO PASSADO, ESCREVI ESTA CRÔNICA A PARTIR DAS CATASTROFES QUE VIA NA TV E AS PESSOAS PROTESTANDO TAMANHO CAOS. ESCREVI TAMBÉM, COMO UMA FORMA DE PROTESTO...
UM NOVO ANO SE INICIA E PARECE QUE A MESMA HISTÓRIA SE REPETE... Segue mais uma vez, a crônica "DEUS É MESMO BRASILEIRO?". Abraço a todos.

Ultimamente os meios de comunicação de massa, sobretudo a televisão, têm dado grande ênfase aos desastres causados pela “fúria da natureza” em diversas cidades do Brasil. Engraçado, há pouco tempo tínhamos a impressão de que problemas como terremotos, furacões, tempestades estavam bem distantes de nosso país. Falávamos: “Deus é brasileiro”... O que aconteceu? Deus resolveu escolher outro lugar para morar? Acho que não é bem assim...
A discussão que quero fazer com vocês é outra. Na verdade trata-se mais de uma provocação aos nossos conceitos “bem-formados” e acomodados. É também uma crítica ao modo como temos assumido uma visão passiva ao receber informações dos meios de comunicação quando o assunto é desastre da natureza.O meio ambiente é, sem dúvida, um dos assuntos mencionados com grande expressividade nos últimos anos, pelos meios de comunicação, sobretudo no que diz respeito aos problemas de ordem natural ou antrópico – como o superaquecimento global, os furacões e tornados, as chuvas e os alagamentos, os desmatamentos, a desertificação de regiões inteiras, a perda da biodiversidade, a depleção da camada de ozônio, o efeito estufa, a crise da água potável, a cultura consumista, a produção de enormes quantidades de lixo, biopirataria, falta de planejamento urbano, descaso político e tantos outros complicadores.
Da mesma forma, não são raras as vezes em que ao ser noticiadas tais catástrofes, evidencia como grande vilã a fúria da natureza. Mas e o homem? Qual o seu papel diante do cenário ambiental atual? Seria muita ingenuidade acreditar nessa premissa, uma vez que o homem faz parte da natureza, é natureza e com ela interage.
É necessário, antes de tudo, entender o papel da humanidade diante do seu meio, isto é, entender como se dão as relações humanas (de ordem econômica, política, cultural, normativa e outras) com o meio ambiente em que vive.
Dentre todos os problemas que foram referidos acima, nenhum é tão preocupante quanto a falta de envolvimento da população e dos líderes políticos com vistas a erradicá-los. Será que a natureza tem que levar a culpa pelas inúmeras casas submersas ou arrastadas pela lama, pelas águas das enchentes? Será que a natureza é culpada pelas encostas e barrancos deslizarem arrastando tudo o que encontra pela frente? Ora, até quando vamos ficar pondo a culpa na natureza e deixando de chamar a responsabilidade para nós?
Onde estão os prefeitos e planejadores da cidade que não percebem por onde a cidade está crescendo? Onde foi que se formaram os engenheiros e arquitetos que não sabem o óbvio - que construir em fundo de vale e encosta, além de proibido é risco de vida? Cadê nosso compromisso enquanto cidadão que participa das decisões importantes do nosso município e cobra os seus governantes?
Devemos pensar: a quem beneficia ficar apenas lamentando o número de mortos e de casas arrasadas e colocando a natureza como a madrasta má dessas trágicas histórias? Qué é lamentável as mortes e a perda dos bens materiais conquistados, muitas vezes com grandes esforço, isso é fato. O que estou dizendo é que a culpa não é da natureza; ela é natural. O máximo que pode acontecer é ela devolver as agressões que recebe dos seres "racionais" que povoam o planeta!



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