Acho incrível como acontece a dinâmica social, como a sociedade vai se moldando, se fazendo e se desfazendo, se renovando! Dias atrás um aluno me procurou com a intenção de que eu o orientasse em sua monografia que, inicialmente, abordará a influência das telenovelas "globais" na construção de novos conceitos de família.
Achei bacana a abordagem! Parei para pensar a concepção de família de hoje e a de anos atrás... como mudou... desde as primeiras sociedades (primitivas), organizadas matriarcalmente (porque as mulheres tinham filhos de vários maridos a ponto de não ser possível identificar a paternidade), a tradicional (que chamo de "família porta-retrato" - pai, mãe e filhos), até as famílias dos dias de hoje.
Mas espere um pouco: Quem é a família de hoje? Quais são os elementos que a compõe?
Não precisa fazer nenhum estudo sociológico para percebermos a transição da "família porta-retrato" para uma família nuclear de estruturação diferenciada.
Estamos falando, não de um, mas de vários modelos de composição familiar, como é o caso das famílias onde os pais são separados, ou a mãe decidiu fazer uma "produção independente" (não gosto deste termo), o pai cria os filhos sozinho, família com dois pais e filhos (ou duas mães), filhos criados pela avó, a família single (composta de pessoas que moram só) entre outros tantos...
O que aconteceu? É uma crise no sistema familiar tradicional? É o resultado de mudanças maléficas da sociedade?
Humm... não sei!
Na verdade não parei para tentar responder tais questionamentos, entretanto, uma coisa é fato: a estrutura familiar, assim como a própria sociedade, é dinâmica, se adapta às realidades diferentes impostas pelo sistema de organização social.
A emancipação feminina, por exemplo, permitiu que a mulher saísse de casa para trabalhar, para tornar mais independente. Ora, a mãe que em nossa sociedade representa a base da família. Também as condições financeiras mudaram: antes o salário do marido supria todas as necessidades da casa.
O resultado dessas transformações todas? Os filhos estão indo muito cedo para escolas, creches. Alguns pais não se dão conta de que renegam a educação informal para outros (pois sentem culpa em corrigir os filhos, uma vez que já ficam longe deles muito tempo...).
O que fazer então? Aspirar os tempos de outrora? Não... a sociedade mudou, os problemas mudaram também.
O que nos resta então? Analisar, estudar, observar e tentar se adaptar à essas novas transformações sem renegar à outras pessoas aquilo que é responsabilidade nossa!
Clique aqui e leia uma reportagem sobre a inversão de papéis tradicionais na sociedade.
PARA APROFUNDAR - Friedrich Engels escreveu uma obra (um clássico) a respeito desse assunto. Trata-se do livro A ORIGEM DA FAMÍLIA, DA PROPRIEDADE PRIVADA E DO ESTADO. Logo nos primeiros capítulos, o autor traça um retrato da família desde o seu surgimento. Clique no link e leia a obra.
Um comentário:
Ola a todos que passam por esse espaço que favorece a busca do conhecimento e seu aperfeiçoamento. Agradeço pelo carinho do professor Júlio pelas palavras que contribuem e me apóiam para um possível tema da minha monografia. Ah, ia me esquecendo de comentar que sou o aluno que ele mencionou na matéria acima (risos).
É muito interessante como surgem situações de empolgação ao ver o trabalho que alguém realiza, que vai muito além de ser bom ou mal feito, mas que acontece porque existe determinação e tem uma meta a ser cumprida, um objetivo a ser alcançado. Esse é o sentimento que o Professor Júlio tem passado a nós, seus alunos. Principalmente quando diz que nós é que somos, por muitas vezes, seus professores, como o fez comigo esta semana. Nisso aconteceu uma dinâmica.
E falando em dinâmica, e a respeito dessa matéria, a transformação que acontece na família vista há séculos, será que é possível chamá-la de evolução ou regressão? Não sei, mas penso que ela passa por isso para se adaptar aos tempos, numa forma de poder permanecer como uma instituição.
No entanto é difícil ver, nos ambientes tradicionais uma aceitação para diferentes estilos de famílias, como por exemplo, as compostas por casais homossexuais. Mas qual a preocupação? Será que existe o medo da má educação ou errada orientação sexual?
Acredito que a preocupação maior, deva estar com as mudanças dos valores em relação ao respeito, relação entre pais e filhos, algo que tem que ser mútuo entre seus integrantes. Outros tipos de transformação, ao meu ver, deve ser encarado com bons olhos, já que, de acordo com a história, isso é inevitável.
Para melhor entender isso, aconselho o livro indicado pelo Professor Júlio “A ORIGEM DA FAMÍLIA, DA PROPRIEDADE PRIVADA E DO ESTADO”, que pode favorecer como grande ajuda.
Até mais e boa reflexão.
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