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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

SOBRE DISCURSOS SEM FUNDAMENTOS

Por Julio César Gonçalves

Um aluno me parou no corredor dia desses e sapecou uma pergunta: "professor o senhor é contra ou à favor da descriminalização do aborto no Brasil?". Respirei fundo, escolhi bem algumas dúzias de palavras e já ia respondendo quando ele interrompeu dizendo: "mas não vale usar fundamentos religiosos, porque nem embasamento científico tem..."
Então, mais uma vez respirei fundo e resolvi não envolver Deus na referida situação. 
Como todo filósofo que se preza, respondi-lhe com outra pergunta: "Pois bem, me responda cientificamente: quais são os argumentos que sustentam TODOS OS BENEFÍCIOS trazidos pela interrupção de uma vida?".

O engraçado é que até agora não o encontrei com uma resposta...



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A EDUCAÇÃO É VISTA COMO GASTO PELO GOVERNO


Por Julio César Gonçalves

Estudantes, pais e professores de várias escolas públicas de Presidente Prudente foram às ruas hoje pela manhã, em protesto contra a "reorganização" das escolas, imposta pelo atual governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. Na chamada reorganização das escolas, o governador realocará vários estudantes para outras escolas, superlotando as salas de aula, desrespeitando os estudantes que serão obrigados a estudar em escolas fora das proximidades de sua residência, professores ficarão desempregados, pois, sob o discurso de "corte de gastos" (para a gente ver como é considerada a educação pelos gestores deste país - um gasto), existe a intenção de fechar várias escolas em Prudente e região.
De encontro a essa política desmanteladora,  fomos às ruas, paralisamos o trânsito em frente a Diretoria de Ensino (que por sinal, tratou-nos como animais, acionando a polícia e enxotando professores e estudantes que se encontravam pelo lado de dentro dos portões da DE). Assim vamos caminhando, em meio ao descaso político de nossos governantes, a forma desumana com que são tratados os professores e a má qualidade do ensino com que nossos estudantes, nossas crianças e jovens são submetidos sem, sequer, o direito de serem consultados ou levados em conta suas necessidades.
Se essa situação não representar o "fundo do poço" da educação, então não saberia dizer o que mais poderia acontecer-nos. Nossa sociedade caminha, passo a passo, rumo à idiocracia...




terça-feira, 8 de setembro de 2015

O MUNDO GRITA POR LIBERDADE DE ESCOLHAS


Por Helena Cararo

Há um grito ecoando em nossos ouvidos. Um grito de dor, de desespero, de angústia. Nossos irmãos estão morrendo sem ter ao menos uma chance de lutar. E por quê? Por preconceito, por prepotência, por hipocrisia. Aylan Kurdi de três anos nasceu ouvindo o som próprio da guerra e morreu tentando fugir para um futuro melhor. Amanheceu na praia, semelhante à um anjo dormindo, mas sem vida como uma árvore que teve suas raízes arrancadas da terra.

Esse menino sírio representa toda a humanidade que sofre a dor de um mundo que julga, que castiga e impõe regras. Homens, mulheres e crianças morrem de frio, de fome ou queimadas em baixo de pontes em grandes centros urbanos. Moram nas ruas não porque querem, mas porque não encontraram uma porta aberta diante da sociedade. Homossexuais são espancados simplesmente por assumiram o que são e porque os hipócritas do mundo dizem que é errado. Os cristãos estão sendo perseguidos por louvar o ao Deus que eles acreditam e escolheram para seguir, mas os juízes da humanidade impõem um deus e querem que todos se ajoelhem diante dele.
Os demônios soltos na terra colocam regras e crucificam aqueles que se afastam delas. Ser gordo é errado, todo gordo é feio. Afirmam que o bonito é ser magro e tantas mulheres buscam ao extremo esse padrão de beleza a ponto de ficar anoréxicas. Os mesmos padrões de beleza dizem que ter cabelo liso é mais belo, então vamos para a progressiva. Vamos ser loira e de olhos azuis, tudo resolvido com tinturas e lentes de contatos. E onde fica a autenticidade de cada ser humano, seus gostos e o livre arbítrio?

Certa vez me deparei com duas crianças negras brigando entre si, brigavam para ver quem tinha a pele mais clara. Acreditavam que o outro era negro e ele não. Por que isso? Quem disse àquelas crianças que ser negro é feio? Onde está a beleza do mundo, a simplicidade da vida, o amor ao próximo? São perguntas que o mundo esqueceu-se de questionar e que o silêncio de um corpo na praia trouxe de volta aos gritos.  

HELENA CARARO é estudante de Jornalismo e escritora (poesias). Também colabora com nosso blog.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

POR QUEM AS PANELAS BATEM...

Por Antonio Prata

Temos toda a razão de bater panelas quando a presidente aparece na TV dizendo que a culpa por nossa pindaíba é da crise internacional. Mas por que não batemos panelas quando Eduardo Cunha, o líder dos "black blocs" brasileiros, vândalo que faz política com pedras, bombas e coquetéis molotov, vai em rede nacional dizer que trabalha "para o povo", "sempre atento à governabilidade do país"?
Temos toda a razão de bater panelas contra a corrupção da Petrobras. Mas por que não batemos panelas contra o mensalão mineiro ou o cartel do metrô paulistano? Por que não batemos panelas contra a compra de votos para a reeleição do FHC? Por acaso pagar apoio na Câmara é mais grave do que pagar emenda na Constituição?
Temos toda a razão de bater panelas contra o retrocesso econômico de 2015. Mas como podemos não bater panelas contra o anel de pobreza que desde sempre engloba as metrópoles brasileiras, essa Faixa de Gaza de tijolo aparente, essa Cabul de laje batida onde se amontoa boa parte da população?
Temos toda a razão de bater panelas quando o governo se cala diante dos descalabros venezuelanos e da ditadura cubana. Mas por que não batemos panelas diante do fato de nosso principal parceiro comercial ser a China, maior ditadura do planeta? O tofu que alimenta aquela tirania é feito com a nossa soja e os fazendeiros, ruralistas e empresários que acusam a "venezualização" do Brasil são os mesmos que lucram com o dinheiro comunista. Ninguém bate woks por causa disso?
Temos toda a razão de bater panelas contra o estelionato eleitoral do PT. Mas por que não batemos panelas contra o estelionato eleitoral do PSDB, que elege repetidamente um governador tipo "gerente", prometendo "e-fi-ci-ên-ci-a" em cada sílaba, mas coloca São Paulo à beira do co-lap-so-hí-dri-co"? Um cristão cuja polícia, não raro, participa de grupos de extermínio, na periferia. Esta semana, foram 18 chacinados em Osasco e Barueri. Imagina se fosse no Iguatemi? E o estelionato das UPPs, no Rio, que prometem paz, mas torturam um cidadão até a morte e somem com o corpo?
"Não, não, isso não! Me mata, mas não faz isso comigo!", gritava o Amarildo, segundo um policial que testemunhou a barbárie, dentro de um contêiner. Como pode a nossa maior preocupação em relação ao Rio, hoje, ser com a qualidade das águas para as Olimpíadas de 2016? Cadê o Amarildo? Cadê as panelas?
Temos toda a razão de sair pra rua, neste domingo, para protestar contra a incompetência, a corrupção e a burrice do governo. Mas por que não sair pra rua para protestar contra a incompetência, a corrupção e a burrice do país como um todo? Um país que mata seus jovens, sonega impostos, polui, compra carteira de motorista, licença ambiental, alvará, dirige pelo acostamento, estupra, espanca e esfaqueia mulher (mas retira a discussão de gênero do currículo escolar), um país onde os negros correspondem a 15% dos alunos universitários e a 67% da população carcerária.
Este ódio cego, esta parcialidade hipócrita, este bombardeio cirúrgico que pretende eliminar o PT –e só o PT– para "libertar o Brasil", empoderando Renan Calheiros e Eduardo Cunha, não é o desabrochar da consciência cívica, é mais um fruto da nossa incompetência, mais uma vitória da corrupção; palmas para a nossa burrice.

ANTONIO PRATA - é escritor. Publicou livros de contos e crônicas, entre eles "Meio intelectual, meio esquerda". É colunista (escreve aos domingos) na Folha de S. Paulo.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

"SÓ A EDUCAÇÃO E A ARTE PODEM MUDAR O FUTURO DO BRASIL"


Por José Roberto Oliveira

Se eu sou contra a redução da maioridade penal? Não tenho certeza se isso seria a solução, mas não consigo dizer hoje se sou contra. Então vou mudar o rumo do meu discurso. Eu trabalho com adolescentes na faixa etária de 14 a 17 anos (às vezes, 12 ou 13 ou maiores de idade). Eu acredito em algo que vai além, eu acredito que só a EDUCAÇÃO e a ARTE podem mudar o futuro do Brasil...
E eu REALMENTE ACREDITO NISSO, caso contrário, não trabalharia com a ARTE e ADOLESCENTES! Mas a questão vai além de siglas partidárias e políticos corruptos que temos. É uma questão de MUDANÇA CULTURAL e IDEOLÓGICA. Isso tem jeito? Sim, se não acreditar nisso, eu morro. Mas não digo que é FÁCIL. E eu sou apenas 0,000000001% da mudança que pode acontecer, porém busco com afinco fazer minha parte porque ACREDITO num BRASIL ao menos um pouco MELHOR!
Obrigado a todos os professores que me inspiram dia-a-dia. Obrigado às pessoas que acreditam na MUDANÇA.
Abaixo uma pequenina amostra do trabalho feito pelos alunos de FOTOGRAFIA em Ouro Verde atendidos pelo Cras Ouroverde, onde já conseguimos enxergar mudanças significativas.
Foto: João Carvalho
Foto: Laira Mazzaro
Modelo: Kamilla Dos Saantos


JOSÉ ROBERTO OLIVEIRA é produtor de áudio visual (Zero Fotografia & Cine Zero), faz faculdade de Arte, ministra cursos de fotografia junto ao CRAS de Ouro Verde e São João do Pau D'Alho e é um colaborador do nosso blog.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

DISPENSO MODINHAS


Por Neto Salvatore

Recentemente a Suprema Corte dos EUA aprovou o casamento de pessoas do mesmo sexo. Várias personalidades americanas saudaram com clamor a decisão do governo, postaram fotos e frases elogiando Barack Obama e a Suprema Corte pela decisão.
A notícia percorreu o mundo, inclusive o Brasil, que por meio de uma ferramenta do facebook coloria a foto das pessoas cor do arco íris em ato de comemoração. Personalidades brasileiras aderiram à moda e contagiaram grande parte dos usuários. O fato é que ao estar navegando pela internet me deparei com a seguinte imagem:

"Dispenso Modinhas"...
Havia prometido que não me manifestaria sobre o assunto, mas pensei bastante e encontrei uma resposta menos agressiva.
O motivo pelo qual as pessoas mudaram a foto do perfil no facebook foi em comemoração a mudança da legislação dos EUA que só firmaram a ideia de igualdade, pois, independente de raça, cor, credo ou orientação sexual, somos a mísera mesma coisa. No caso, casais do mesmo sexo terem os mesmos direitos, perante a lei, que um casal heterossexual.
As pessoas de orientação homossexual não querem entrar de véu e grinalda na Igreja Católica Apostólica Romana ou qualquer outra crença que não aceita esse tipo de união. Querem apenas se unir com os mesmos direitos que outros casais possuem perante a Constituição do seu país. O fato de copiarem noivas e noivos entrando na Igreja são apenas para firmar a ideia de casamento (pelo menos eu acho... Por que iria me unir com a pessoa que eu amo em um lugar onde não sou bem vindo? Que diferença fará isso para mim se meu Deus se encontra ao meu lado e não apenas na Igreja?).
Existem várias ONGs, telefones e endereços para doações em prol das crianças africanas ou até mesmo de sua cidade. Basta pesquisar e contribuir para a conquista de tal proeza.
Então, se não for mudar a cor da foto do seu perfil em qualquer rede social, se não for doar para instituições que necessitam, faça somente um favor: permaneça em silêncio.

NETO SALVATORE é estudante do último ano de Comunicação Social - Jornalismo e também colabora com nosso blog.
 

 

quinta-feira, 11 de junho de 2015

HOMOFOBIA X CRISTOFOBIA

Uma das ferramentas mais importantes para se construir um bom argumento, com vistas no convencimento, ainda é a lógica, uma vez que ela é capaz de auxiliar a compor argumentos válidos e fugir das falácias que mascaram a verdade. Entretanto, cabe avisar, de pronto, que este post não versa sobre a Lógica enquanto ciência do raciocínio, mas sobre a falta de lógica na argumentação e a falta de respeito em relação à postura dos integrantes do movimento LGBT com as religiões, publicamente demonstrada na última Parada do Orgulho Gay, em São Paulo.
Confesso que fiquei assustado com o que vi e ouvi...
Sexo oral na Parada Gay do Acre
É evidente que a luta do grupo é legítima e necessária, pois também não sou alheio à criminalidade e à violência física, verbal, simbólica e social imposta aos homossexuais que, muitas vezes, morrem ou vivem em condições subumanas às margens da nossa sociedade. Mas até agora estou para entender como é possível querer apagar fogueiras com gasolina... Como pode o movimento levantar a bandeira da paz e da igualdade por meio do desrespeito ao modo de pensar e expressar do outro? Essa é a ideia? Gritar para não ficar rouco? Falta lógica... me falham as faculdades para compreender tais circunstâncias! Aristóteles, filósofo grego, disse certa vez que a ética (leia-se respeito), não se constrói apenas pela imagem que é transmitida. Deve-se construí-la tendo por base um tripé de sustentação formado pelo AGENTE, pela AÇÃO e pela FINALIDADE DO AGIR. As três têm que estar juntas. Eu (enquanto AGENTE), não posso ser ético se as minhas intenções (FINALIDADE DO AGIR) não estiverem intrinsecamente ligadas às minhas AÇÕES. Portanto, penso que não é possível a nenhum movimento buscar a igualdade ou derrubar os preconceitos, se valendo de preconceitos e desrespeito à cultura e religiosidade do seu próximo.
Manifestantes LGBT inserindo
crucifixo no ânus
Vocês acreditam mesmo que é possível conseguir algum respeito com exposições públicas de sexo oral, masturbação e destruindo imagens ou vilipendiar símbolos religiosos?
Espero que nossa sociedade se abra, cada vez mais para discutir, questionar e pensar assuntos como esse sem as armas do preconceito, pois só assim cresceremos e evoluiremos enquanto pessoa. E, quanto ao movimento LGBT, não sei se foi feita alguma avaliação a respeito das conquistas da Parada, mas, para mim, vocês deram um grande passo para trás na história de sua luta...

sábado, 21 de março de 2015

CÉREBRO ELETRÔNICO


Por Henrique Mendes
 
Prometi que não iria me manifestar a respeito dos protestos realizados em todo o país, mas percebo que muitos ainda não se conscientizaram sobre o que realmente está acontecendo. Durante o domingo pudemos ver em todos os pontos da manifestação, inúmeros cartazes e gritos de: “Fora Dilma e leve o PT junto”, “Intervenção Militar Já” entre outras frases que acabaram se tornando modinha nesses últimos dias. O que me incomoda não é a revolta da população. Desde que seja apresentado algo realmente produtivo para o país, eu apoio de forma incondicional, até porque esse é o papel da democracia. O que me preocupa nesse momento é a memória curta que a massa tem. E sim, ela tem.
Não podemos deixar esse calor das manifestações ser apenas mais um “movimento contra o aumento das passagens”, onde houve uma grande mobilização dos cidadãos para que não houvesse o aumento da tarifa de ônibus e meses depois o reajuste fosse realizado. E a população? Onde estava aquela multidão que foram as ruas com cartazes, faixas e gritos de: “O gigante acordou”? O cidadão se omitiu, talvez por impotência ou conformismo. Infelizmente, a massa é movida à política do “pão e circo”. Basta uma festa dentro da “casa mais vigiada do país”, um vestido colorido ou até mesmo um beijo em rede nacional que o foco da massa é desviado e aquele calor dos protestos cai no esquecimento.
Pare e reflita por um instante: quantas pessoas você ouviu falando sobre a protesto durante essa semana? Agora pense em quantas vezes você ouviu alguém comentar sobre a morte do fulano de tal na novela ou o primeiro capítulo da outra? Com certeza o segundo número é muito superior ao primeiro. Entendo e acho necessário que a população tenha sim algo para distração, mas não podemos deixar esse entretenimento falar mais alto do que a vontade de fazermos um país melhor. Creio que já passou da hora do gigante realmente acordar e propor pautas relevantes para uma mudança do cenário nacional, do contrário estaremos sendo coniventes com o governo que tanto criticamos.

HENRIQUE MENDES é estudante do último ano de Jornalismo e é colaborador do nosso Blog.


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

SENSO COMUM MAIS COMUM QUE O BOM SENSO

Tenho lido muita asneira no face e zap zap sobre o momento político que estamos passando... asneira sim! Porque muita gente ainda confunde informação com conhecimento. Assiste o Bonner no jornal e se sente o sábio em política ao reproduzir discursos prontos. Tenho, também, resistido manifestar-me nestes meios porque é difícil se fazer ouvir diante de tanto barulho, mas não posso ficar em cima do muro (até mesmo porque água morna não serve nem para fazer chá).
Minha revolta está em ver que muita gente, ou sofre de amnésia, ou aprendeu que fazer política é falar mal de político. Os escândalos do PT (Mensalão, CPI da Petrobrás e outros, tão presentes nas postagens nas redes sociais), são sim uma vergonha para nosso país, mas daí a acreditar no discurso de bom-moço do sr. Aécio Neves, deificado por muita gente que não tem, nem dentes na boca, nem dinheiro para tratá-los, é um paradoxo do nosso tempo.
Muitos se esquecem que o Mensalão teve origem no PSDB com o sr. Eduardo Azeredo, que o PSDB, até hoje, não conseguiu explicar quanto custou a reeleição de FHC (teve deputados que compraram apartamentos com dinheiro da reeleição). O Mensalão de Minas Gerais, embora leva esse nome, não é marca petista... R$ 5,7 milhões, destinados à educação - merenda, para ser mais específico -, à saúde e mais outras áreas, no Pernambuco foram desviados para empreiteiras num esquema comandado por Bruno Rodrigues - um dos coordenadores de campanha do candidato tucano.
Eu poderia listar muito mais sobre os escândalos do PSDB, mas não convém ao espaço desta reflexão, nem é esse meu objetivo aqui, senão externalizar minha inconformidade com essas posturas desmemoriadas dos novos eleitores aecianos.
O pior mesmo, é ver professores da rede pública de ensino falando em mudanças... então eu pergunto: que mudanças estão falando? O salário do professor, no Estado de São Paulo, pelo PSDB é o mais baixo da Federação (tenho até vergonha de mostrar aqui o meu contracheque - que não chega a 4 dígitos).
Pode parecer clichê, mas eu nunca tinha visto o pobre ter tantas oportunidades como vi nesses últimos anos do governo petista. Estudantes se beneficiando com projetos de estudos universitários, como o PROUNI e o PRONATEC, por exemplo; famílias conseguindo realizar o sonho da casa própria com incentivos como o MINHA CASA, MINHA VIDA e muitos outros - que, se não fossem bons, Aécio não levantaria a bandeira da não interrupção desses projetos (e arriscar perder votos?).
Enfim, toda essa celeuma me faz lembrar as palavras, sábias, de Tim Maia: "esse país não pode dar certo, pois aqui, prostituta se apaixona, cafetão tem ciúmes e pobre é de DIREITA".

domingo, 18 de maio de 2014

MÍDIA TAMBÉM É RESPONSÁVEL POR AÇÃO DE JUSTICEIROS, DIZ SOCIÓLOGO

Sociólogo argumenta que a excessiva repetição "dessas cenas de barbarismo banaliza a violência e contribui para reprodução de atitudes de espancamento coletivo". Raquel Sheherazade gerou polêmica na web e entre outros jornalistas por defender a ação de um grupo que acorrentou um jovem a um poste no RJ
 Para estudiosos, os recentes casos de “justiça com as próprias mãos”, que vêm acontecendo em todo o país, ganham destaque e são estimulados na mídia. Lalo Leal, sociólogo, professor de comunicação da USP e colunista da Revista do Brasil, afirma que os meios de comunicação de massa têm o dever de elevar o patamar civilizatório da sociedade, mas fazem o contrário e “estimulam a violência”.
Charge: Vitor Teixeira
Após o caso que ganhou grande repercussão na mídia – o de um menor amarrado a um poste, no Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano –, aumentou o número de “justiceiros” em todo o país. Do seu ponto de vista, Leal argumenta que a excessiva repetição “dessas cenas de barbarismo banaliza a violência e contribui para reprodução de atitudes de espancamento coletivo”.
Vitor Blotta, pesquisador do Núcleo de Estudos de Violência na USP, indica que a mídia banaliza a condição moral das pessoas “e não a própria violência”. A reportagem foi ao ar na edição de ontem (13) do Seu Jornal, da TVT. Para Blotta, num Estado de direito, a justiça com as próprias mãos é, por si, uma injustiça. “A imprensa, a forma como ela retrata os casos, pode influenciar atitudes de apoio a resoluções violentas de conflito”, argumenta.
Marcelo Crespo, da Comissão de Crimes de Alta Tecnologia, da OAB de São Paulo, indica que as redes sociais propagam a ideia de que, para se proteger da violência, precisa haver mais violência.
Os principais crimes cometidos na internet são os crimes contra a hora (calúnia, injúria e difamação) e crimes de ameaça envolvendo preconceito de raça, gênero e religião, além da pornografia infantil. De acordo com o advogado Crespo, não é preciso criar leis mais duras para coibir esses crimes, mas é preciso que se cumpra o que já está na legislação.
 
Matéria retirada do site Pragmatismo Político

domingo, 27 de abril de 2014

NOS TEMPOS DA IDADE MÍDIA

Apesar de ter sido escrito já há algum tempo, segue um texto que achei muito interessante e quis compartilhá-lo com vocês, sobre a força da mídia no cotidiano das pessoas.
 
A mídia em nossas vidas: Informação ou manipulação?
Por Christiane Lima

Semana passada o final de uma novela paralisou o país, em um fenômeno sem precedentes, que levou até a presidente Dilma Rousseff a adiar comício por conta do último capítulo. Particularmente não assisto, mas não dá pra ignorar um fato como esse.
 O “The Washington Post”, um dos jornais norte-americanos mais respeitados e lidos em todo o mundo, relatou o poder de influencia das novelas na vida dos brasileiros, em seu artigo “Brazil’s Novelas May Affect Viewers’Lifes” (Novelas do Brasil podem afetar as vidas dos telespectadores) . Um dos trechos do artigo diz : “No Brazil, um país que, na média, assiste mais à televisão que qualquer outro país, exceto o Reino Unido, novelas tem um efeito mais duradouro ao influenciar escolhas no estilo de vida, dizem os pesquisadores. As novelas se tornaram uma parte muito importante na sociedade brasileira”.
A população é facilmente influenciada pela mídia principalmente quando está relacionada a novelas. Nestas, heróis nacionais são criados – ficcionais ou não. Acaba uma novela e inicia outra e os modelos de comportamentos, beleza, moda e outros vão se alterando. Mudam os personagens, a trama e os assuntos abordados e a sociedade vai respondendo a este estímulo produzido. Os padrões difundidos são copiados e seguidos, porém, as pessoas não conseguem adaptá-los a uma vida real, o que gera ansiedade, angústia e frustração.
Assistir televisão, navegar na Internet, falar ao celular são coisas do cotidiano da maioria da população mundial. Somos, todos os dias, bombardeados por diversas mídias que, em comum, têm o objetivo de nos vender alguma coisa: uma ideia, um produto, um sonho, etc. E essa tecnologia influencia o tempo todo a sociedade e em consequência, a educação, tanto informal quanto formal. Podemos afirmar que a vida e a interação humana são mediadas e controladas pelos meios de comunicação. E é neste ambiente de interação com o mundo e significação que desde pequena a criança é colocada à frente da televisão e esta então se apresenta como parte integrante da família por ser uma boa “babá eletrônica”. Como negar a influência da TV, presente na quase totalidade dos domicílios brasileiros, sobre as formações das identidades sociais ?
Quando ouvimos falar que a mídia representa "o Quarto Poder" em uma nação, é preciso avaliar como isso é verdade e o quanto estamos sujeitos a ela e a todas as suas variáveis. A mídia influencia as pessoas no modo de agir, de pensar e até no modo de se vestir. Ela cria as demandas, orienta os costumes e hábitos da sociedade, além de definir estilos, bordões e discussões sociais. A mídia dita as regras, as tendências, os padrões de beleza, os ídolos a serem adorados e seguidos, impondo padrões de beleza cada vez mais inatingíveis. E impulsiona homens e mulheres em busca daquele corpinho que só o photoshop sabe produzir.
A produção da indústria cultural é direcionada para o retorno de lucros tendo como base padrões de imagem cultural preestabelecida e capazes de conquistar o interesse das massas sem trabalhar o caráter crítico do espectador. Os adolescentes são bombardeados com produções e marcas internacionais e as crianças estão à mercê dos desenhos infantis. Dessa forma, seria impossível a escola, ou os pais das crianças ignorarem os robôs que falam, as naves espaciais que a todos fascinam, a capacidade de voar e de se transformar, de transformas coisas, a magia, o poder e o terror trazido pelos monstros e vampiros; as lutas do bem contra o mal nos desenhos animados, a violência mostrada nos noticiários. Alguns dos programas de TV apresentam constantemente valores questionáveis. Essas mensagens irão determinar como nossos filhos serão? Irão determinar sua honestidade, solidariedade, respeito e outros valores?
Segundo Marilena Chauí : “A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando-as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transformá-las ou conhecê-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as ideias”.
Contudo, além de não podermos subestimar o poder da influência da mídia na vida das pessoas, também não podemos ignorar a importância desta caso seja utilizada de forma mais ética e consciente. Quero dizer que o poder que os veículos de comunicação têm para mobilizar as pessoas é muito grande e pode ser usado para o bem ou para o mal. Campanhas de doação de sangue, de vacinação, de incentivo à reciclagem, para economizar água, pela paz, para ajudar pessoas, e muitas outras, quando divulgadas e incentivadas pela mídia ganham proporções enormes e trazem resultados muito além do esperado.
Os meios de comunicação em massa devem contribuir para a valorização da diversidade cultural, a promoção dos direitos humanos, no combate a todo tipo de violência, no acesso à informação, entre outros. Esta deveria ser sua função primordial.
 
Christiane Lima - É assistente Social (formada pela Universidade Federal do Maranhão), Psicopedagoga, Especialista em Saúde da Família. Possui um site que divulga suas publicações e atividades profissionais (Clique Aqui), é professora universitária e colaboradora do nosso Blog.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

SOBRE FERIADOS RELIGIOSOS NO BRASIL

 Já não é de hoje que eu ouço algumas pessoas (sobretudo juristas), reclamarem sobre os feriados religiosos no Brasil e sua inconstitucionalidade. Hoje é um deles. Sexta-feira Santa, ou sexta-feira da Paixão, dia em que se celebra a morte de um dos maiores homens da História e das religiões cristãs: Jesus Cristo.
O "feriadão" - como é conhecido no Brasil - esse ano ficou ainda maior por integrar também o feriado de Tiradentes (na segunda-feira após a Páscoa cristã). Resultado: quatro dias livres de trabalho, boa oportunidade para um descanso maior, quem sabe até pegar uma praia ou fazer aquela viagem tão esperada há meses ou anos, não é mesmo? Pois é... para aqueles que não são cristãos. Ao contrário, para os cristãos, este dia deveria ser de recolhimento e reflexão... Mas, como é possível refletir sobre a morte e a mensagem de vida que a sexta-feira santa traz, da praia?
O fato é que para muitos cristãos os feriados religiosos perderam sua essência e são vistos como uma pausa oportuna no trabalho e são esperados desde o início do ano quando se planejam as viagens e os lazeres. A ausência de atividades e obrigações com o trabalho, nestes feriados, eram para possibilitar maiores condições para se vivenciar tais dias religiosos, no entanto, a coisa degringolou de vez...
Penso que, do ponto de vista laico (característica do Estado e política de nossa nação), esses feriados deveriam acabar (ou então inserir outros feriados como, por exemplo, o dia de Oxum, de Buda, ou ainda, um dos 330 milhões de divindades hindus), e assim, ninguém seria "condenado" a ter o dia livre do trabalho por uma celebração religiosa diferente da sua.
Do ponto de vista cristão, (como disse Padre Silvio Oliveira), também concordo com o fim de feriados como esse, uma vez que muitos cristãos já não vêem sentido a não ser como oportunidade de descanso e férias. Quem sabe assim teremos, de fato, provocações verdadeiras para refletir e melhor vivenciar o sentido que tais datas representam...
 

sexta-feira, 28 de março de 2014

MARCHA DAS FAMÍLIAS QUE NÃO TEM NADA DE DEUS


Por Rafael Pereira de Macedo

Neste fim de semana 22 de março de 2014 (ano de Copa do Mundo e eleições em algumas cidades de nosso país), houve a chamada “Marcha pela família com Deus” já ouviu falar não é? Essa marcha em 1964 ajudou a culminar em um dos períodos mais nefastos da história dessa nação: a ditadura militar.
Mas primeiramente uma das coisas que mais me incomoda é o nome Deus estar fazendo parte dessa frase que dá nome ao evento, porque as pessoas usam tanto o nome dele para cometer atrocidades, matar, roubar, disseminar preconceitos e apoiar algo tão estúpido quanto uma ditadura? Por quê?
Assim como em 1964, esses manifestantes pediam a derrubada do presidente em exercício democraticamente eleito, por meio da intervenção militar para conter o avanço do comunismo que este ano planeja “golpear”. Portanto, vamos analisar os fatos: a presidente atual foi democraticamente eleita (apesar de toda a desconfiança que as urnas brasileiras vêm sofrendo após várias denúncias de falhas e corrupção da fabricante), mas eles acreditam que hoje vivemos uma “ditadura petista”.

Veja bem: você que está lendo esse texto com certeza já ouviu alguém chamar a Dilma daquele palavrão bem feio? Você viu aquelas multidões que em junho do ano passado saíram às ruas para reclamar da saúde pública, da educação, do transporte coletivo, da  corrupção, dos gastos exorbitantes com a Copa do Mundo e as demais mazelas do nosso país? Agora eu te pergunto: numa ditadura nós faríamos isso? Claro que para os nossos governantes e a mídia corporativista estava tudo na mais perfeita ordem... até somos capazes de realizar uma Copa do Mundo. Eu sai às ruas e pratiquei minha desobediência civil e estou inteiro (até agora), em um sistema de ditadura militar, a que eles glorificam, seria o contrário: quem reclamasse era morto, sequestrado, torturado ou desaparecido e não tinha como contar com a mídia pois a mesma era manipulada e censurada.
Quanto ao avanço do Comunismo e um suposto golpe, essa paranoia é marca registrada da direita em 1964. O Comunismo estava avançando não somente no Brasil mais em toda a América Latina e, naquele tempo, com uma forcinha dos norte-americanos, as mídias corporativistas e muito sangue de opositores derramado golpes militares, foram instalados em várias nações latinas. Atualmente a sociedade se tornou complexa demais, a população aumentou e os problemas também, ficou muito mais complicado uma mudança de sistema (primeiramente devemos fazer a democracia realmente funcionar pra depois, quiçá, tentar uma mudança através de diálogo e não mortes).
É isso que eu penso sobre os principais pontos que a direita na marcha das famílias apresentou, fora os que estamos acostumados a ver no dia-a-dia como as campanhas anti-aborto, a homofobia, as opiniões sobre concepção de família, as opiniões contrárias aos programas sociais, o machismo, o racismo etc (que são coisas que infelizmente vemos em suas opiniões e foi claramente visto em suas marchas em São Paulo – um homem, militante a favor deles, foi expulso da marcha por estar calças e tênis vermelhos, por exemplo, ou jovens com camisas da banda Metallica foram chamados de lixos por serem confundidos com Black bloc’s e esses jovens iriam ao show da mesma que aconteceria no mesmo dia). Enfim, desejar apoiar a instauração de um regime fascista que beira o nazismo, um regime baseado na anti-democracia, um regime assassino, estuprador, sequestrador é um passo gigantesco pra trás. Ditadura não é, nunca foi e nunca será caminho para sociedade nenhuma evoluir. É somente um atalho para o declínio da humanidade.

Rafael Pereira de Macedo é Assistente de TI e colaborador do Blog.

domingo, 8 de dezembro de 2013

A MÍDIA E SEU PODER DESTRUTIVO

Por Sidney Sanches Neto e Alécio de Jesus Oliani

Segundo o código de ética dos jornalistas brasileiros, conforme é citado em seu quarto artigo: “O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, devendo pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação”.
Nós jornalistas, temos o compromisso de levar à sociedade, todo tipo de informação, que denuncie os fatos considerados relevantes a sua organização e que não se abstenha de exercer seu maior dever: informar. Porém, estamos diante de uma sociedade que busca o espetáculo... Maus profissionais, praticantes do anti-jornalismo, expõem suas notícias de maneira, no mínimo, questionável. A informação é transformada em um grande show, envolvendo em um mesmo palco acusados e inocentes.
O jornalista, tomado pelo interesse principal dos meios de comunicação atuais – falamos de IBOPE, publicidade, furo jornalístico – não ouve ambas as partes envolvidas nos casos, pois há de se convir que todo escândalo é exaltado pela sociedade do espetáculo, assim promovendo verdadeiros linchamentos, massacres sociais, injustiças que poderão prejudicar eternamente a vida das pessoas acusadas.
Lembremos do caso “escola base”, ocorrido no ano de 1994, na cidade de São Paulo, quando seus proprietários e funcionários foram acusados de abuso sexual por duas crianças, de quatro e cinco anos respectivamente.
Os veículos de comunicação (destacando nomes importantes como TV Globo e revista Veja, por exemplo),  agiram com uma das maiores demonstrações de falta com a ética profissional já registradas por parte da imprensa nacional. Seus repórteres abordavam freneticamente o assunto, sempre revelando um novo fato até então desconhecido. Eram emitidas manchetes como: “Kombi era motel na escolinha do sexo”, ou também “escola de horrores”.
Essas denúncias e acusações infundadas, geraram não espantosamente, uma comoção nacional. Houve uma “histeria coletiva”, onde os acusados foram marginalizados, tidos como culpados, condenados sem que ao menos fossem ouvidos e suas declarações apuradas. O resultado de tamanha barbaridade promovida pela mídia: - uma das maiores injustiças já ocorridas, pois, todos os acusados foram inocentados por falta de provas, e a viril e infalível imprensa nacional teve de retratar-se perante seu erro. Más, será que desculpas são suficientes?
Recordemos que todos os acusados, mesmo após serem absolvidos, sofreram com uma discriminação coletiva, desenvolveram enfermidades como síndrome do pânico, depressão, doenças cardíacas, e assim, foram impostos ao isolamento social. Onze anos após o caso ocorrer, a rede globo foi condenada a pagar indenizações em cerca de 450 mil reais a cada um dos acusados no caso escola base, porém, o dinheiro recebido, não mudou  em nada a catástrofe imposta pela má veiculação de informações tão contundentes, que destruíram a vida de brasileiros inocentes. Devemos nos valer de nosso direito à liberdade de expressão, porém, agindo com ética, seriedade e responsabilidade, lembrando sempre, que a maioria da população molda sua percepção do real segundo a opinião da imprensa.
Devemos informar, entretanto, nunca devemos prejudicar pessoas inocentes com nossa atitude. Devemos ser éticos e verdadeiros.

ALÉCIO e SIDNEY são Jornalistas e colaboradores do Blog Sociologia no Mundo.


 

domingo, 17 de novembro de 2013

LULA REVELA: A IMPRENSA FAZ MAL À DEMOCRACIA

O ex-presidente Lula, José Sarney e Renan Calheiros no Senado em comemoração aos 25 anos da Constituição
Por Guilherme Fiuza
 
Discursando no Senado, em comemoração aos 25 anos de promulgação da Constituição, Lula disse que a imprensa “avacalha a política”. E explicou que quem agride a política propõe a ditadura. Parem as máquinas: para o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, a imprensa brasileira atenta contra a democracia. É uma acusação grave.
O Brasil não tinha se dado conta de que os jornais, as rádios, a internet e as televisões punham em risco sua vida democrática. Felizmente o país tem um líder atento como Lula, capaz de perceber que os jornalistas brasileiros estão tramando uma ditadura. Espera-se que a denúncia do filho do Brasil e pai do PT tenha acontecido a tempo de evitar o pior.
No mesmo discurso, Lula cobriu José Sarney de elogios. Disse que o senador maranhense, então presidente da República, foi tão importante na Constituinte quanto Ulysses Guimarães. Para Lula, Sarney sim é, ao contrário da imprensa, um herói da democracia.
É compreensível essa afinidade entre os dois ex-presidentes. Sarney e seu filho Fernando armaram a mordaça contra O Estado de S. Paulo. Proibiram o jornal de publicar notícias sobre a investigação da família Sarney por tráfico de influência no Senado, durante o governo do PT. Isso é que é democracia.
A imprensa é mesmo um perigo para a política nacional. Ela acaba de espalhar mais uma coisa horrenda sobre o governo popular – divulgou um relatório do FMI que denuncia a “contabilidade criativa” na tesouraria de Dilma. Contabilidade criativa é uma expressão macia para roubo, já que se trata de fraudar números para esconder dívidas e gastar mais o dinheiro do contribuinte. Assim, a imprensa avacalha a política petista, cassando-lhe o direito democrático de avacalhar as contas públicas.
Lula faz essa declaração no momento em que manifestantes em São Paulo e no Rio de Janeiro, numa epidemia fascista, depredam e incendeiam carros da imprensa, além de agredir jornalistas. Luiz Inácio sabe o que faz. Sabe que suas palavras são gasolina nesse fogo. E não há nada mais democrático do que insuflar vândalos contra a imprensa – já que o método Sarney de mordaça é muito trabalhoso, além de caro.
Do fundo do mar, onde desapareceu há 21 anos, Ulysses Guimarães deve estar quase vindo à tona para tentar entender como Lula conseguiu exaltar a Constituição cidadã e condenar a imprensa num mesmo discurso. Ulysses morreu vendo a imprensa expor os podres de um presidente que seria posto na rua. Ulysses viu a imprensa ressurgir depois do massacre militar contra a liberdade de expressão. Ele mesmo doou parte de sua vida nessa batalha contra o silêncio de chumbo. Ao promulgar a Constituição cidadã, jamais imaginaria que, um quarto de século depois, um ex-oprimido descobriria que o mal da democracia é a imprensa. E estimularia jovens boçais a fazer o que os tanques faziam contra essa praga do jornalismo.
Lula saiu de seu discurso no Senado e foi almoçar com Collor – cujo governo democraticamente conduzido pelo esquema PC também foi avacalhado pelos jornalistas.
A união entre Lula e Collor é uma das garantias do Brasil contra a ditadura da imprensa, essa entidade truculenta e abelhuda. E o país se tranquiliza ainda mais ao saber que Lula e Collor estão unidos a Sarney. Com esse trio, a democracia brasileira está a salvo.
Chegará o dia em que a televisão e o rádio servirão apenas aos pronunciamentos de Dilma Rousseff em nome de seus padrinhos, poupando os brasileiros de assuntos ditatoriais como mensalão, contabilidade criativa, tráfico de influência, Rosemary Noronha e outras avacalhações.
Infelizmente Collor se atrasou e não pôde comparecer ao almoço. Lula pôde celebrar seu discurso com outros democratas, como o seu anfitrião, o senador Gim Argello (PTB-DF) – a quem a imprensa golpista também vive avacalhando, só porque ele responde a vários processos e a inquérito no STF por apropriação indébita, peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Com a mídia avacalhando a política desse jeito, não dá nem para almoçar em paz com um amigo do peito.
A Argentina e a Venezuela, que Lula e o PT exaltam como exemplos de democracia, já conseguiram domesticar boa parte da imprensa. Com a reeleição de Dilma, o Brasil chega lá.
 
(Este artigo foi originalmente publicado pelo Instituto Millenium)
 
 GUILHERME FIUZA é jornalista. Publicou o livro Meu nome não é Johnny que deu origem ao filme. Escreve quinzenalmente para a revista ÉPOCA.
 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

VIDA E MORTE DE SÓCRATES

 
Caros alunos de Lógica, Ética, Filosofia e Filosofia aplicada à Saúde.
Certa vez um respeitado professor de Filosofia (Walter Omar Kohan - cujas ideias estudo no mestrado), me disse: "Nenhum professor de Filosofia é bom professor de Filosofia se não tiver, ao menos uma vez, dado uma aula sobre Sócrates".
Ele tem toda razão. Sócrates não é apenas um divisor de águas na história do pensamento filosófico ocidental, mas também um modelo de lucidez e coragem.
 Abaixo encontra-se o link para um vídeo que narra a última parte da vida desse pensador. Aos meus alunos de Filosofia, sugiro que assistam o vídeo pensando em Sócrates como um sábio que entendeu à risca o significado da palavra FILOSOFIA. Aos alunos de ética, bom... o vejam como o grande modelo de postura e sapiência diante das decisões coletivas e leis da cidade. Aos alunos de lógica, prestem muita atenção na capacidade de argumentação e interrogatório que Sócrates desenvolveu (sobretudo na parte de seu julgamento e nos momentos anteriores à sua morte).
Espero que a vida e a morte de Sócrates nos ajude a ser melhores do que este mundo massificador espera que sejamos.
Boa reflexão!  
 
Filme: O final da vida de Sócrates
Texto: Sócrates, a Filosofia e a questão da morte (para entender o início do filme)

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

MANIFESTO PELA DIGNIDADE DE UM ENSINO FILOSÓFICO E SOCIOLÓGICO DECENTE



Segue abaixo o Manifesto que circulou pela rede mundial (internet), acerca do ensino das disciplinas de Filosofia e Sociologia nas escolas públicas estaduais. Apesar de ter sido elaborado por grupos específicos e de localidade específica, acredito ser esta uma problemática nacional e, por que não dizer internacional...  "O acesso à educação de qualidade no Brasil tem sido um privilégio histórico de uma parcela muito pequena da população brasileira. Não é recente em nossa história a presença das classes populares nas carteiras das salas de aula. Contudo, a lógica ainda predominante na sociedade capitalista em que vivemos é: existem uns que nascem para pensar, e aí mandar, com formação escolar ampla (de suposta qualidade), e outros para trabalhar, e então obedecer, com acesso à educação precária. Esta divisão não pode continuar.
Atualmente, as disciplinas de Filosofia e Sociologia voltam a sofrer ataques por meio da mídia empresarial que, na disputa dos rumos da educação no Brasil, defendem um ensino voltado desde cedo às demandas pela “fabricação” de mão-de-obra como se a força de trabalho não tivesse direito a uma formação integral, que contemple todas as dimensões do conhecimento e da cultura historicamente produzidos. 
Secretarias de Estado de Educação pelo Brasil vem tentando reduzir a carga horária de Sociologia e Filosofia para apenas uma aula semanal. O Paraná, tristemente aí se inclui: o Parecer 25/12, aprovado em 15/02/12, pelo Conselho Estadual de Educação, instituiu que no curso de Formação de Docentes (antigo magistério), as aulas de Sociologia e Filosofia devem ocupar apenas uma aula semanal cada. Neste parecer, regulamentou-se, também, o ensino de Libras. No entanto, o que nos chama a atenção é que a redução do número de aulas de Sociologia e Filosofia não se deu sob o argumento da inclusão do ensino de Libras, mas, segundo a justificativa do voto da relatora Darci Perugine Gilioli: No momento em que os alunos brasileiros em todas as avaliações externas e internas, vem apresentando índices de desempenho abaixo do esperado, é fundamental que o restante da carga horária para composição da Matriz Curricular, mantenha em nível condizente, a oferta da Língua Portuguesa, Ciências Exatas e Ciências da Natureza.
Chama a atenção na justificativa do voto, o fato das disciplinas de Ciências Humanas, Arte e Filosofia “desaparecerem” diante da necessidade de se “elevar o desempenho dos alunos”. As disciplinas de História e Geografia foram simplesmente ignoradas. Será que esqueceram delas? Será que Filosofia e Sociologia não contribuem para melhorar o desempenho escolar dos alunos? Não servem sequer aos que vão se tornar professores, se formar como docentes?" 

Leia o Manifesto completo - clique aqui
 
Esse manifesto foi redigido pela Coordenação do Coletivo Regional de Filosofia e Sociologia eleita no dia 03/03/2012, no auditório do Núcleo Sindical Curitiba Norte, em reunião que contou com a presença de 94 pessoas. Estiveram presentes dirigentes da APP-Sindicato de três núcleos sindicais (Núcleo Sindical Curitiba Norte, Núcleo Sindical Curitiba Sul e Núcleo Sindical Metropolitano Sul), de um diretor e um assessor da direção estadual da APP-Sindicato, de professores de Sociologia e Filosofia de dezenas de escolas de várias regiões de Curitiba e Região Metropolitana, de membros do NESEF (Núcleo de Estudos e Pesquisa Sobre o Ensino de Filosofia-UFPR), de um professor do ITFPR e estudantes de Licenciatura em Ciências Sociais e Filosofia da UFPR e da PUC-PR. 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

EXERCÍCIO DE ARGUMENTAÇÃO - LÓGICA

 
Aos alunos do 6º termo de Comunicação Social.
 
Queridos, abaixo está um vídeo-documentário intitulado "Evolução versus Deus", onde mostra alguns argumentos à favor da existência de um Deus originador do mundo, contra os argumentos presentes na teoria da evolução da espécies de Charles Darwin.
A princípio, gostaria que vocês assistissem o vídeo para gerar, aqui no blog, uma discussão. Posteriormente, iremos trabalhar com os principais argumentos apresentados no documentário.
A discussão poderá começar por meio das questões sugeridas a seguir:
1. Você acha que o autor do documentário usou de bons argumentos para expressar suas ideias?
2. O que você percebeu sobre a forma como as pessoas responderam as perguntas do entrevistador?
3. Você se sentiu incomodado, em algum momento do vídeo? Qual? Por quê?
4. Deus existe?
5. O que é o discurso científico? Por que acreditamos nele?
 
Bom divertimento!!!


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

PROFESSOR, VOCÊ TRABALHA OU SÓ DÁ AULA???

Li a matéria veiculada pela VEJA ("Por ano, 3.000 professores desistem de dar aula em SP") e não me surpreendi. Porquê? Bom... por dois motivos: primeiro porque sou professor e sei o quanto é difícil trabalhar e não ser valorizado enquanto profissional, dar duro a semana inteira e ainda ter que levar serviço pra casa, sacrificando os finais de semana, o lazer, a família. Em segundo lugar porque está difícil educar, hoje em dia. Dificuldades que vão desde às de conteúdo específico à falta de trato - aquela educação que "vem de berço", sabe?
Nestes meus poucos (quase 10 anos) de docência, tive de suportar estudantes mal-educados e hostis, que armam barraco por qualquer besteira. Até boletim de ocorrência tive de fazer após ameaça de morte... Gosto muito do que faço e dos bons estudantes que tenho. Sei também que posso fazer a diferença na vida deles. Porém, não somente eu, mas a classe do professorado está se cansando (ou enlouquecendo). O que será de nossa sociedade quando não houver mais esse profissional para exercer sua profissão? Tenho consciência que o professor não resolverá os problemas da nação (seria muita ingenuidade assim supor), entretanto, ele fará falta, com toda certeza... 

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