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segunda-feira, 25 de abril de 2011

ANÁLISE DO FILME "FÚRIA DE TITÃS"

Cena do filme Fúria de Titãs (Clash of the Titãs)

Por Elianderson Muniz,  Pedro Victor Nogueira, Marcio de Santi Vitti, 
Jefferson Moraes Marinheiro e Claudineia Venturin - graduandos do curso de bacharel em Direito


O filme retrata uma maneira de conhecer o mundo. Antes do surgimento da filosofia, do questionamento dos fenômenos naturais tudo era explicado pela ira ou gratidão dos deuses, revelado por um castigo ou uma recompensa conforme os homens os obedecessem ou desobedecessem as vontades dos deuses. Entendemos que em alguns momentos há sinais de desejo do desvencilhamento da forma como os problemas e fenômenos eram explicados exclusivamente pela vontade divina, mas não tendo sucesso neste intento. 
Identificamos na obra cinematográfica todas as características elementares que conceituam o mito. A rivalidade entre os deuses Zeus e Hades. A atribuição dos acontecimentos, mesmo os sociais, a fome da população, por exemplo, à ira dos deuses. 
Em relação à característica dogmática, é apresentado um sentimento de insurreição e repúdio aos deuses, não por todos da população que sofrem os castigos advindos das divindades, mas por alguns poucos guerreiros.  Verificamos esta situação, na cena em que Zeus e Hades estão discutindo com relação às orações feitas aos deuses,  um coração inebriado pelo ódio provoca a falência e a queda do Olimpo, mas quando estas orações são feitas com amor aumenta a força e o poder dos deuses, neste caso a força do ódio começou a provocar a ascensão de Hades o deus das trevas, que poderia passar a dominar o coração dos seres humanos. 
O próprio comportamento de Perceu nos remete a uma resistência a uma crença cega aos ensinamentos e aos modelos cotidianos, mas de uma forma sutil, pois ele acaba sucumbindo aos poderes que lhe são atribuídos. Renega o pai e quer vencer pelos atributos humanos e não divinos.
O filme todo se baseia na disseminação do medo por meio do deus Hades e a busca pelo equilíbrio e segurança pelo semi-deus Perceu.  A forma fantasiosa, fantástica, improvável e às vezes até incoerente, que encontramos nos capítulos do filme, como a existência da Medusa, por exemplo, são características que dão forma ao mito.
Cada personagem tenta se situar no mundo de uma forma peculiar. A princesa consciente da fome do povo, e disposta a se sacrificar para aplacar a ira de Hades; a rainha preocupada com sua beleza e da filha; o rei traído, marido da mãe de Perceu, em busca de uma vingança sem limites que transcende uma geração, os guerreiros que negam se curvar aos deuses e a relacionar os acontecimentos com os poderes e a ira divina.
Percebemos um contra-senso em relação ao comportamento dos guerreiros que acompanham Perceu em sua luta. Ao mesmo tempo em que criticam e afrontam os deuses, incentivam Perceu a utilizar os poderes de proteção de seu pai, Zeus, nas lutas contra as figuras mitológicas. Mas, isso revela mais uma característica do mito, qual seja, não se importar com as contradições com as coisas incompreensíveis.

FICHA TÉCNICA
Diretor: Louis Leterrier
Elenco: Sam Worthington, Ralph Fiennes, 
Liam Neeson, Gemma Arterton, Danny Huston, 
Alexa Davalos, Izabella Miko, Jason Flemyng, 
Luke Evans.
Informações Técnicas:
- Duração: 106 minutos.
- Faixa Etária: 14 anos.
- Idiomas: Inglês Português Espanhol
- Legendas: Português Espanhol
- Formato de Tela: Widescreen

Um comentário:

Avena disse...

UM ajuste: Perseu escreve-se com "s", por respeito à tradição da origem latina do nome.

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