Por Rafael Pereira de Macedo
Neste fim de semana 22 de março de 2014
(ano de Copa do Mundo e eleições em algumas cidades de nosso país), houve a
chamada “Marcha pela família com Deus” já ouviu falar não é? Essa marcha em 1964
ajudou a culminar em um dos períodos mais nefastos da história dessa nação: a
ditadura militar.
Mas primeiramente uma das coisas que
mais me incomoda é o nome Deus estar fazendo parte dessa frase que dá nome ao
evento, porque as pessoas usam tanto o nome dele para cometer atrocidades,
matar, roubar, disseminar preconceitos e apoiar algo tão estúpido quanto uma
ditadura? Por quê?
Assim como em 1964, esses manifestantes
pediam a derrubada do presidente em exercício democraticamente eleito, por meio
da intervenção militar para conter o avanço do comunismo que este ano planeja “golpear”.
Portanto, vamos analisar os fatos: a presidente atual foi democraticamente
eleita (apesar de toda a desconfiança que as urnas brasileiras vêm sofrendo
após várias denúncias de falhas e corrupção da fabricante), mas eles acreditam
que hoje vivemos uma “ditadura petista”.
Veja bem: você que está lendo esse texto
com certeza já ouviu alguém chamar a Dilma daquele palavrão bem feio? Você viu
aquelas multidões que em junho do ano passado saíram às ruas para reclamar da
saúde pública, da educação, do transporte coletivo, da corrupção, dos gastos exorbitantes com a Copa
do Mundo e as demais mazelas do nosso país? Agora eu te pergunto: numa ditadura
nós faríamos isso? Claro que para os nossos governantes e a mídia
corporativista estava tudo na mais perfeita ordem... até somos capazes de
realizar uma Copa do Mundo. Eu sai às ruas e pratiquei minha desobediência
civil e estou inteiro (até agora), em um sistema de ditadura militar, a que
eles glorificam, seria o contrário: quem reclamasse era morto, sequestrado,
torturado ou desaparecido e não tinha como contar com a mídia pois a mesma era
manipulada e censurada.
Quanto ao avanço do Comunismo e um
suposto golpe, essa paranoia é marca
registrada da direita em 1964. O Comunismo estava avançando não somente no
Brasil mais em toda a América Latina e, naquele tempo, com uma forcinha dos
norte-americanos, as mídias corporativistas e muito sangue de opositores derramado
golpes militares, foram instalados em várias nações latinas. Atualmente a
sociedade se tornou complexa demais, a população aumentou e os problemas também,
ficou muito mais complicado uma mudança de sistema (primeiramente devemos fazer
a democracia realmente funcionar pra depois, quiçá, tentar uma mudança através
de diálogo e não mortes).
É isso que eu penso sobre os principais
pontos que a direita na marcha das famílias apresentou, fora os que estamos
acostumados a ver no dia-a-dia como as campanhas anti-aborto, a homofobia, as
opiniões sobre concepção de família, as opiniões contrárias aos programas
sociais, o machismo, o racismo etc (que são coisas que infelizmente vemos em
suas opiniões e foi claramente visto em suas marchas em São Paulo – um homem,
militante a favor deles, foi expulso da marcha por estar calças e tênis
vermelhos, por exemplo, ou jovens com camisas da banda Metallica foram chamados
de lixos por serem confundidos com Black bloc’s e esses jovens iriam ao show da
mesma que aconteceria no mesmo dia). Enfim, desejar apoiar a instauração de
um regime fascista que beira o nazismo, um regime baseado na anti-democracia,
um regime assassino, estuprador, sequestrador é um passo gigantesco pra trás. Ditadura
não é, nunca foi e nunca será caminho para sociedade nenhuma evoluir. É somente um atalho para o declínio da
humanidade.
Rafael Pereira de Macedo é Assistente de TI e colaborador do Blog.
Um comentário:
A eleição esse ano é nacional, vamos eleger nosso novo presidente, novos governadores, senadores e deputados !!! "Sabe de nada inocente!!!"
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