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domingo, 28 de março de 2010

QUEM É A FAMÍLIA DE HOJE?

Acho incrível como acontece a dinâmica social, como a sociedade vai se moldando, se fazendo e se desfazendo, se renovando! Dias atrás um aluno me procurou com a intenção de que eu o orientasse em sua monografia que, inicialmente, abordará a influência das telenovelas "globais" na construção de novos conceitos de família.
Achei bacana a abordagem! Parei para pensar a concepção de família de hoje e a de anos atrás... como mudou... desde as primeiras sociedades (primitivas), organizadas matriarcalmente (porque as mulheres tinham filhos de vários maridos a ponto de não ser possível identificar a paternidade), a tradicional (que chamo de "família porta-retrato" - pai, mãe e filhos), até as famílias dos dias de hoje.
Mas espere um pouco: Quem é a família de hoje? Quais são os elementos que a compõe?
Não precisa fazer nenhum estudo sociológico para percebermos a transição da "família porta-retrato" para uma família nuclear de estruturação diferenciada. 
Estamos falando, não de um, mas de vários modelos de composição familiar, como é o caso das famílias onde os pais são separados, ou a mãe decidiu fazer uma "produção independente" (não gosto deste termo), o pai cria os filhos sozinho, família com dois pais e filhos (ou duas mães), filhos criados pela avó, a família single (composta de pessoas que moram só) entre outros tantos...
O que aconteceu? É uma crise no sistema familiar tradicional? É o resultado de mudanças maléficas da sociedade?
Humm... não sei!
Na verdade não parei para tentar responder tais questionamentos, entretanto, uma coisa é fato: a estrutura familiar, assim como a própria sociedade, é dinâmica, se adapta às realidades diferentes impostas pelo sistema de organização social. 
A emancipação feminina, por exemplo, permitiu que a mulher saísse de casa para trabalhar, para tornar mais independente. Ora, a  mãe que em nossa sociedade representa a base da família. Também as condições financeiras mudaram: antes o salário do marido supria todas as necessidades da casa.
O resultado dessas transformações todas? Os filhos estão indo muito cedo para escolas, creches. Alguns pais não se dão conta de que renegam a educação informal para outros (pois sentem culpa em corrigir os filhos, uma vez que já ficam longe deles muito tempo...). 
O que fazer então? Aspirar os tempos de outrora? Não... a sociedade mudou, os problemas mudaram também.
O que nos resta então? Analisar, estudar, observar e tentar se adaptar à essas novas transformações sem renegar à outras pessoas aquilo que é responsabilidade nossa!
Clique aqui e leia uma reportagem sobre a inversão de papéis tradicionais na sociedade.

PARA APROFUNDAR - Friedrich Engels escreveu uma obra (um clássico) a respeito desse assunto. Trata-se do livro A ORIGEM DA FAMÍLIA, DA PROPRIEDADE PRIVADA E DO ESTADO. Logo nos primeiros capítulos, o autor traça um retrato da família desde o seu surgimento. Clique no link e leia a obra.

ÉTICA E PUBLICIDADE




Palavrão, calcinha e batom já ‘tiraram’ publicidade do ar

Do G1 - em São Paulo


Uma campanha publicitária da cerveja Devassa estrelada pela socialite norte-americana Paris Hilton (foto abaixo) foi suspensa no mês passado por seu forte “apelo sensual”. No país do carnaval, a decisão do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) – que ainda não é final – causou estranhamento. 
“Quem deu a liminar, deu baseado em reclamações de consumidores, e, a partir daí, da sua própria convicção de que aquilo estaria desrespeitando a moral prevalecente e na maioria da população brasileira”, avalia Ivan Pinto, professor da pós-graduação em Comunicação com o Mercado da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e ex-presidente do Conar. 
As decisões do Conar não são aleatórias mas, muitas vezes (como nesse caso), são subjetivas. A entidade, formada por representantes das agências de publicidade, anunciantes e veículos de comunicação, baseia suas decisões no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, criado há 32 anos. 
É este código que determina as diretrizes para o que é aceito – e o que pode tirar uma peça publicitária do ar. 


O que diz o código 

O artigo do código que trata de decência é vago: diz apenas que “os anúncios não devem conter afirmações ou apresentações visuais ou auditivas que ofendam os padrões de decência que prevaleçam entre aqueles que a publicidade poderá atingir”, o que pode dar origem a interpretações diversas – e que mudam com o tempo. 
“Os maiôs que a minha avó usava iam até o meio da coxa, não tinham decote. No tempo da minha mãe, já era menor, tinha alças. E depois tem o mais curto, os biquínis. Então o que era considerado ‘moral inaceitável’ em 1930, ou em 1950, na minha adolescência, são mundos completamente diferentes”, exemplifica Ivan. 
O presidente do Conar, Gilberto Leifert, reconhece a dificuldade. “Interpretar padrões morais é um desafio que o Conar enfrenta desde a sua criação. Para isso, contamos com o Código e nosso Conselho de Ética, formado por perto de 180 voluntários representando anunciantes, agências, veículos e sociedade civil”, diz ele. 
A ofensa à moral foi usada como base em um processo contra um anúncio do amaciante Mon Bijou que mostrava dois bebês entre lençóis, que supostamente passaria uma mensagem de erotismo. Esse processo, no entanto, foi arquivado pelo Conar, que considerou que não havia malícia nas imagens. 
Também dão margem a interpretações outros artigos do código, como os que condenam a publicidade que “revele desrespeito à dignidade da pessoa humana e à instituição da família” ou que possa “favorecer ou estimular discriminação racial, social, política, religiosa ou de nacionalidade”. 
Com base nesses artigos, as secretárias conseguiram a suspensão dos anúncios de um filme que levava o nome da profissional da categoria, “Secretária”. Veiculadas entre 2003 e 2004, as peças, que mostravam uma mulher em posição de submissão, foram acusadas de ofender a dignidade e a honra da profissão, e o Conar determinou a sustação da campanha. 
“O código diz que é preciso ter respeito á sociedade, conformação às leis, ser honesto e verdadeiro. (A publicidade) deve ser preparada com senso de responsabilidade social. Tem que haver leal concorrência, não deve denegrir a atividade publicitária. Decência, honestidade, não apelar para medo, superstição e violência, ter apresentação verdadeira”, diz o professor da ESPM. 
Alguns assuntos, como bebidas alcoólicas e publicidade envolvendo crianças, merecem atenção especial. O código do Conar determina, por exemplo, que anúncios de bebidas levem a frase “beba com moderação” – o que fez com que a Nova Schin “limasse” a frase “experimenta com moderação” de sua publicidade. 


Outros casos 

Ivan Pinto lembra outros casos famosos que resultaram na retirada de campanhas publicitárias. Um deles é o do batom Boka Loka, em que a personagem, depois de derrubar as compras e ser molhada pela água espirrada por um carro, articula, em câmera lenta, um palavrão – cujo som, no entanto, não é ouvido. 
“(Como relator do processo) eu opinei que a maioria das pessoas não se sentiria bem com pessoas articulando palavrões [no intervalo da] na novela”, diz Pinto. Após votação, no entanto, a peça teve parecer favorável do Conar. “Foi informado à tevê que podia ser veiculado. Mas a tevê, com a autoridade que tem, não veiculou”, conta ele. 
“Tem outro caso interessante, de um anúncio com uma fotografia feita quando a Hillary Clinton era esposa do presidente [dos EUA] (...). No ângulo que pegou, acontece aquela coisa que as pernas podem ficar ligeiramente separadas e aparecer a calcinha. Então o anúncio diz: senhor presidente dos Estados Unidos da America, vossa excelência não imagina do que uma Duloren é capaz”, conta. “Obviamente a gente considerou isso, a embaixada protestou, então o relator recomendou a sustação da campanha”. 


Como é o processo 

O Conar avalia as peças publicitárias depois de sua veiculação, a partir de denúncias feitas por qualquer pessoa – consumidores, empresas associadas e autoridades. Em alguns casos, a iniciativa parte de uma equipe do próprio Conar. O consumidor pode fazer uma denúncia diretamente pelo site do Conar (www.conar.org.br) (não são aceitas denúncias anônimas). 
Em casos graves, segundo Leifert, presidente do órgão, uma decisão prévia pode sair em poucas horas, por meio de uma liminar recomendando que a peça publicitária deixe de ser exibida até o seu julgamento. 
Normalmente, no entanto, o processo leva entre 30 e 40 dias. Após recebida a denúncia, um dos membros do Conselho de Ética é nomeado relator do processo e fica responsável por avaliar a denúncia e a defesa, formulando um voto que é levado à votação dos outros membros da Câmara. “Os processados podem estar presentes e se defender de viva voz na sessão de julgamento. Os casos subjetivos, como o são frequentemente aqueles envolvendo moralidade, são dirimidos pelo voto dos conselheiros, havendo duas instâncias de recurso contra a decisão inicial”, explica Leifert. 
“A regra é que tenha sempre a possibilidade de uma segunda câmera, de apelação. Se houve unanimidade, acabou. Se não, vai para um plenário. Então às vezes um processo pode demorar um pouco”, diz Ivan Pinto. 
A decisão do Conar não tem poder de lei. “O anunciante pode não obedecer, mas os veículos, em 99,99% dos casos acatam a recomendação do Conar e retiram do ar o anunciante. Os veículos, palmas pra eles, são os grandes responsáveis pela aplicação das decisões do Conar, diz o professor. 

QUE ABUSO!!!

Estava eu  "passeando" pela internet, quando uma manchete de reportagem me chamou a atenção: "Igreja de dois pesos, duas medidas".  Tratava-se de uma matéria a respeito da postura da Igreja Católica frente  ao problema da PEDOFILiA.
O texto, publicado no Jornal de Notícias (Portugal),  escrito por Helena Norte, possui grande teor crítico e remetente explícito: ao Papa Bento XVI e à Justiça "dos homens".  Não que a repórter foi rígida no tratar o assunto, é que falar sobre esse tema requer mesmo o tom de revolta.
Dentre os principais parágrafos-críticos da matéria, destaca-se a seguir:

"A história da Igreja Católica é pródiga em polêmicas, crises e escândalos. Muitos crimes hediondos se acobertaram sob o manto denso de uma moralidade de duplo padrão, num passado não tão longínquo. Os casos agora divulgados constituem, assim, exemplos paradoxais de uma instituição que se mostra tão propensa a castigar os desvios de padrão moral que advoga publicamente como a encobrir, demasiadas vezes, as transgressões secretas dos seus".

O próprio Papa, segundo a autora, apesar do pedido de perdão, inédito, não apaga uma de suas posturas, enquanto arcebispo de Munique e Freising, que autorizou a transferência de um padre abusador.

"Se impressiona saber que membros eclesiásticos molestam crianças, e a política de ocultação seguida pelo Vaticano, para muitos, é igualmente chocante e censurável. Porque significa dissimular e proteger quem atenta contra aqueles que devia proteger".

"A Igreja Católica sobreviveu a dois milénios de muitos escândalos e controvérsias, mas nunca, como agora, esteve sob um escrutínio tão global e mediatizado como agora. Foi obrigada a admitir que, entre 2001 e 2010, a justiça do Vaticano tratou de três mil acusações de abusos sexuais contra padres, e tornou-se pública a cultura de encobrimento destas situações prosseguida durante décadas".

"Para Anselmo Borges, padre e professor de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade Coimbra, é 'intolerável' que a gestão do Vaticano desta crise tenha remetido para segundo plano as vítimas, tanto mais que são crianças que devia proteger e cuidar. Na Igreja, segue-se muito esta política do silêncio. Parece que o mais importante, por vezes, é que se não saiba. Pretende-se salvaguardar a todo o custo o bom nome da instituição. É mesmo possível que nalguns casos, com boa intenção, se tivesse querido ajudar os abusadores. Mas esqueceu-se o que é decisivo: as vítimas, sublinha o teólogo".

"A Igreja, que se apresentou no domínio sexual sempre tão moralista, tem agora de penitenciar-se e repensar muita coisa, como a admissão dos candidatos a padres, defende Anselmo Borges, para quem é inevitável que, mais cedo ou mais tarde, a Igreja Católica aceite 'ordenar homens e mulheres casados'. Mais uma vez, cita Cristo para opinar que 'a Igreja não pode impor como lei aquilo que Jesus entregou à liberdade', alertando que, "enquanto se mantiver a lei do celibato, a Igreja estará sob o fogo da suspeita"

Clique aqui e confira a matéria na íntegra e dê sua opinião. Será que estamos diante de um problema de ordem social ou se trata de uma questão de desvio psicológico? É justo punir os abusadores do passado (30, 40 anos atrás),  tempo em que a pedofilia não era considerada crime? Fica a provocação e a indignação...

sábado, 27 de março de 2010

INSTALOU-SE A BARBÁRIE


Na assembleia dos professores estaduais realizada na tarde desta sexta-feira (27) - próximo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo - houve um conflito que demonstra a barbárie em que vive a sociedade atual.
De um lado, com spray de pimenta e bombas de efeito moral, a polícia (quem dera se estas bombas produzisse moral... talvez soltássemos algumas no Senado, no Palácio Central, na Câmara etc), de outro, com pedaços de madeira, pedras e objetos pequenos, os professores.
Na confusão, um repórter foi atingido e saiu carregado por um policial. Clique aqui e assista o momento exato da confusão.
Não podemos deixar passar batido... temos que nos espantar com tais cenas afim de que podemos lutar por mais humanidade.

"Ou aprendamos a viver juntos como irmãos, caso contrário, morreremos todos juntos como idiotas" - Martin Luther King.

DE QUEM É MESMO A CULPA?


Pude acompanhar o desfecho do julgamento "dos Nardoni" e nada me chamou mais atenção  do que a fala do advogado criminalista Roberto Podval, que os defende. Podval dirigiu sua crítica à postura da imprensa e da sociedade no caso, relatando que  "se não houvesse essa loucura toda (olha para os jornalistas da sala), eles seriam absolvidos, porque não há provas. Eles entraram condenados sem serem julgados".É óbvio que este crime bárbaro chocou a sociedade! Também é fato que rendeu uns trocadinhos a mais para a imprensa que noticiou cada detalhe com maior ou menor sensacionalismo (isso não podemos negar), mas daí a afirmar que eles são inocentes...Não podemos, também, desconsiderar o fato de que - segundo Podval - não existem provas concretas que os incriminem (da mesma forma que não provaram inocência). Fica então algumas questões para pensarmos sobre nossa organização social e suas ferramentas de punição: Será que a falta de provas caracteriza inocência do réu? Até que ponto a influência da mídia pode absolver ou incriminar alguém? A opinião pública influencia na decisão do júri? Seria mais fácil e mais justo se, em nossa Constituição, o acusado fosse considerado culpado até que se prove o contrário?


É... "assim como são as pessoas, são as criaturas"!!!

quarta-feira, 24 de março de 2010

ANTROPOLOGIA E DIREITO

A Antropologia (anthropos = homem)  é a ciência que se propõe estudar o homem na sua totalidade, isto é, nos seus aspectos sociais, naturais e históricos – o lhe confere um aspecto de ciência ampla e dependente de outras disciplinas e ciências para compor a análise de seu objeto de estudo (o homem).
Desta forma, sua relação com o Direito se torna imprescindível para entender os processos evolutivos do próprio direito, bem como de sua diversidade, ou seja, um país possui, além do aparato jurídico oficial, o convívio simultâneo com sistemas jurídicos distintos, assegurados pelos indivíduos – como é o caso das regras existentes dentro da aldeia indígena que muitas vezes conflitam com o Direito Oficial. A diversidade jurídica expressa a diversidade cultural e o jurista deve saber lidar com esta realidade.
Para pensarmos um pouco mais sobre a aproximação destas duas Ciências práticas, sugiro a leitura de dois artigos, denominados:  Direito e antropologia: uma aproximação necessária de autoria de Alexsandro Eugenio Pereira e o outro, Antropologia Criminal, do Prof. Ms. João Edisom de Souza.
BOA LEITURA!

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