Pude acompanhar o desfecho do julgamento "dos Nardoni" e nada me chamou mais atenção do que a fala do advogado criminalista Roberto Podval, que os defende. Podval dirigiu sua crítica à postura da imprensa e da sociedade no caso, relatando que "se não houvesse essa loucura toda (olha para os jornalistas da sala), eles seriam absolvidos, porque não há provas. Eles entraram condenados sem serem julgados".É óbvio que este crime bárbaro chocou a sociedade! Também é fato que rendeu uns trocadinhos a mais para a imprensa que noticiou cada detalhe com maior ou menor sensacionalismo (isso não podemos negar), mas daí a afirmar que eles são inocentes...Não podemos, também, desconsiderar o fato de que - segundo Podval - não existem provas concretas que os incriminem (da mesma forma que não provaram inocência). Fica então algumas questões para pensarmos sobre nossa organização social e suas ferramentas de punição: Será que a falta de provas caracteriza inocência do réu? Até que ponto a influência da mídia pode absolver ou incriminar alguém? A opinião pública influencia na decisão do júri? Seria mais fácil e mais justo se, em nossa Constituição, o acusado fosse considerado culpado até que se prove o contrário?
É... "assim como são as pessoas, são as criaturas"!!!
3 comentários:
bom, concordo plenamente em que a midia "influenciou" o juri, mas essa nao foi a primeira e nem sera a ultima vez que isso vai acontecer.
Se a nossa jurisdicao diz que TODOS sao inocentes ate que se prove o contrario, porque eles foram condenados? obvio que a midia influenciou no resultado.
nao podemos esquecer tambem que logo apos o ocorrido, o primeiro policial a chegar no local passou a ser investigado, e logo comprovou-se que ele era pedofilo e se matou,logo, ele pode ter sido a terceira pessoa em que o nardoni tanto disse.
De qualquer forma, podemos ter certeza em que a midia influenciou o resultado.
ACREDITO PLENAMENTE QUE A MIDIA E OS MEIOS DE CMUNICAÇÃO EXISTENTES EM NOSSO REDOR VIERAM A INFLUENCIAR OS SORTEADOS PARA PARTICIPAREM DO JURI NAQUELE JULGAMENTO. POR MAIS QUE A DEFESA SE PROVASSE QUE OS RÉUS FOSSEM INOCENTES AQUELAS SETE PESSOAS ESTAVAM COM SUAS REFERIDAS OPINIÕES FORMADAS. É UMA PENA QUE A JUSTIÇA SEJE CEGA E AS PESSOAS TÃO COVARDES.
ALUNA: DAYANE MOURA
TERMO: 3°B
CURSO: DIREITO
No caso em questão, acho que não há que se falar em falta de provas, já que tanto a materialidade do delito, como a autoria ficaram comprovados nos autos, cronometrado segundo a segundo. Arrisco a dizer que nunca a polícia científica brasileira se esforçou tanto num caso, e que maravilha seria se tal dedicação fosse aplicadas para todas as outras “Isabellas” do nosso país. O que a defesa fez, e muito bem, foi tentar plantar a dúvida, pois como se sabe “em dúvida pró réu”.
A mídia tem uma força absurda para formar opinião, sobretudo num país onde a maioria da população foi privada de descobrir-se “pensador”, pois não tem acesso a educação, seja científica, seja moral. E aos poucos que a tiveram (a chamada “classe superior”), cabe a manipulação da maioria. De certa forma, não mente o advogado quando diz que se a mídia não tivesse feito sensacionalismo o casal seria absolvido por falta de provas, porque se as câmeras estivessem desligadas a perícia brasileira não teria feito um trabalho tão detalhista, os delegados e promotores do caso não teriam tanto comprometimento, tendo em vista que seus trabalhos estavam sendo avaliados pelo Brasil. Sem câmeras o trabalho é feito do jeito que der e se der para fazer.
Não acho que seria razoável que o acusado provasse sua inocência, principalmente num país de miseráveis. Muitos mal possuem o necessário para sua sobrevivência, como teriam recursos para provar sua inocência? Com a defensoria pública? Trabalho na porta de uma e sei que um defensor público, infelizmente, não é um super-herói. Por isso, nossa Constituição impõe ao Estado provar o que alega para fins de punição: porque ele, em tese, dispõe de ferramentas que os brasileiros não tem acesso.
Jemima Gonçalves
Uniesp - Adaptação
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