Por Adelmo dos Santos e Karem Ceille de Oliveira –
Estudantes de Jornalismo
O termo vigorexia ou Síndrome de Adônis foi o nome pelo qual o psiquiatra americano Harrison G. Pope, nomeou um transtorno emocional muito comum nos dias atuais.
O psiquiatra prudentino, Antonio César Pironi Scombatti, diz que este é mais um dos Transtornos Dismórficos Corporais (como é conhecido).
Segundo ele, essa é uma manifestação clínica que está “relacionada a valores culturais, que estão presentes na sociedade moderna visando à perfeição física a qualquer custo”.
A principal característica dos vigoréxicos é a excessiva preocupação em adquirir massa muscular, tornando-se dependentes dos exercícios físicos.
A vítima do transtorno adquire uma visão distorcida da própria imagem, acreditando estar sempre fraco, distante do ideal que anseia. “Geralmente apresentam quadro de depressão, fobias sociais, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), uso abusivo de álcool e droga, entre outros comprometimentos”, diz Scombatti.
Em casos extremos, o paciente insatisfeito com o próprio corpo, abandona suas atividades sociais para se exercitar, entrando num processo delirante de conflito de identidade física e emocional.
Scombatti ressalta que com o avanço da medicina pode-se obter um tratamento eficaz por equipes multidisciplinares, envolvendo médicos clínicos, endocrinologistas, nutricionistas e psicoterapeutas.
Acompanhado do tratamento medicamentoso, a psicoterapia é um importante instrumento para que o paciente resgate sua auto-estima dos grilhões da cobrança social de que se sente ameaçado, afirma o psiquiatra.
O Personal Training, Rubens de Oliveira Junior (foto ao lado), 47, diz que parte dos freqüentadores de academia necessita de uma orientação psicológica, pois tende a exagerar na prática de exercícios na intenção de ganhar massa muscular.
A Síndrome de Adônis não é um transtorno que acomete somente aos homens, “as mulheres lotam dia mais as academias para deixar o corpo sarado”, esclarece Junior.
Os Transtornos Dismórficos Corporais (associados à Anorexia e Bulimia), ou Musculares (Vigorexia), se não tratados podem causar problemas sérios podendo levar à morte. “O ideal desejável e sadio não é o padrão imposto pelas revistas de beleza e pelos modelos publicitários. Tem que estar satisfeito consigo mesmo e aceitar-se como é”, finaliza Scombatti.
PROBLEMAS CLÍNICOS
Os constantes vômitos induzidos podem levar a um desequilíbrio nos eletrólitos do sangue afetando o coração que necessita de um nível adequado deles para ter seu sistema de condução elétrica funcionando.
Também as sucessivas passagens do suco gástrico, que é muito ácido, pelo esôfago podem feri-lo causando sangramentos.
Vários casos extremos em que houve a ruptura do estômago pelo excesso de quantidade ingerida já foram relatados.
O contínuo uso de laxantes pode causar problemas ao intestino grosso, como constipação crônica, hemorróidas, mal-estar abdominal e fortes dores.
A estudante de Direito, Janaína dos Santos Miranda Hain (foto), 30, foi vítima de bulimia e anorexia chegando a pesar 30 kg.
Ela relata que chegou a ficar hospitalizada por vinte e cinco dias. “Fui internada com desidratação e outras doenças ligadas à bulimia e à anorexia. Eu me olhava no espelho e me achava gorda”, diz.
A estudante de Direito falou da importância de procurar ajuda de um profissional que, segundo ela, se trata de um profissional com competência técnica para a abordagem desse problema.
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Saiba a diferença
BULIMIA E ANOREXIA
A bulimia é um transtorno alimentar em que o indivíduo ingere uma grande quantidade de alimento como se estivesse com muita fome e depois com o objetivo de não ganhar peso, induz o vômito.
Embora a vítima não consiga conter seu impulso por comer, não quer engordar, lançando mão de várias técnicas e medicamentos para vomitar ou evacuar.
Admiti-se que há um segundo tipo de vitimas da bulimia: os que comem excessivamente e não induzem o vômito ou a evacuação tornando-se obesas. Este segundo tipo, se reconhecido pela comunidade psiquiátrica mundial como uma patologia a parte, pode vir a constituir um novo transtorno alimentar: o binge.
O termo anorexia deriva do grego (an - deficiência, ausência de, e orexis – apetite), significando a ausência total de apetite ou aversão à comida, enjôo do estômago. Tanto os sintomas da bulimia quanto os da anorexia são mais freqüente na adolescência e entre os indivíduos do sexo feminino, numa estimativa de 20 mulheres por um homem na mesma condição.
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