Portadores de deficiência física ainda sofrem com o descaso das instituições da sociedade.
Por Antonio Vicente Junior – Estudante de Jornalismo
Enquanto os artigos dos Direitos Humanos fomentam apenas uma sensação de justiça social, o distanciamento entre direitos e necessidades reais das pessoas portadoras de deficiência física aumenta a cada dia.
O grau das irregularidades, ou seja, as barreiras arquitetônicas urbanísticas que agridem os direitos de cidadãos portadores de deficiência física são tamanhas que acaba sendo impossível passar despercebido pela maioria. A questão da acessibilidade é ainda um tabu em nossa sociedade.
De acordo com a Engenheira Civil Carolina Lotufo Bueno-Bartholomei, que atualmente leciona na Universidade Estadual Paulista (UNESP), no curso de Arquitetura e Urbanismo, a questão da acessibilidade só é resolvida, na maioria dos casos, por temor às penalidades, apenas.
Segundo ela, mesmo a maioria das adaptações feitas são irregulares, uma vez que a preocupação fica centrada somente em cumprir uma obrigação civil, deixando de lado as reais necessidades dos usuários.
A Arquitetura pode e deve servir como instrumento social, capaz de atender e abranger o maior número de cidadãos possíveis. “A cidade de Presidente Prudente está impregnada de barreiras, das mais primárias possíveis. É extremamente comum encontrar um cruzamento numa das principais avenidas sem nenhum tipo de orientação para deficientes visuais, ou rebaixamento para portadores de necessidades físicas”, completa Carolina.
Mesmo com o cenário atual amenizando esse tipo de descaso, a acessibilidade para os portadores ainda é um projeto a longo prazo. Segundo o Defensor Público aposentado, Paulo Sergio Moreno, cadeirante, a acessibilidade vai além do que o próprio conceito a define.
Para ele a acessibilidade “é um termo abrangente que passa pela prevenção, reabilitação, e, sobretudo pela educação, sendo algo merecedor de uma conscientização ampla”. Para mudar esse parâmetro excludente, é urgente a visão de que o meio também pode e deve ser adaptado, não só o meio físico, mas também o meio social.
Um comentário:
Estamos há quinhentos e dez anos desde o início da civilização brasileira,o que faz sentido, sermos ainda, um tanto quanto primitivos em relação a idade de outros povos, porém não nos será permitido,evoluirmos tão lentamente quanto o foi a evolução do pensamento jurídico no mundo. Urge a necessidade de consciência emergente em relação á mobilidade e acessibilidade dos portadores de necessidades especiais, uma vez que estão definitivamente vivenciando a inclusão social e novos olhares voltados a eles, cidadãos produtivos. Portanto, a realidade não espera, faz-se primordial providências imediatas, na arquitetura, na postura da sociedade, em paralelo com investimentos em treinamentos daqueles que darão suporte nos equipamentos utilizados à verdadeira inclusão.
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